A estimulação transcutânea do nervo vago (ETNV), um procedimento cirúrgico, pode ser utilizado no tratamento da Depressão Maior, o transtorno psiquiátrico mais comum na saúde pública. A Depressão proporciona gastos e consequências sociais importantes, tanto para o paciente como para o sistema de saúde e previdenciário. Esse tipo de tratamento é relativamente novo e deve ser utilizado quando os recursos terapêuticos convencionais esgotam suas possibilidades. São comuns complicações pós operatórias: rouquidão, tosse, dores de garganta e parestesias na face.
Não há uma clara compreensão dos efeitos da ETNV, mas seus efeitos podem ser explicados teoricamente pela anatomia e função do nervo vago, que regula principalmente o humor e a ansiedade. O nervo vago é misto, contento cerca de 80% de fibras aferentes (que retornam ao sistema nervoso central); essas fibras ligam-se ao gânglios da base (locus coeruleus, a amígdala, hipotálamo, insula e tálamo), formação reticular na medula, núcleo parabraquial, córtex orbitofrontal e outras regiões límbicas, áreas diretamente ligadas ao humor e ansiedade.
A única área superficial do corpo humano onde podemos encontrar uma distribuição aferente do nervo vago é nas conchas superior e inferior da orelha (figuras 1 e 2). A maior concentração de fibras encontra-se na concha inferior. Portanto, a estimulação direta dessas fibras aferentes pode provocar efeitos similares ao procedimento cirúrgico, porém sem o ônus dos riscos e complicações possíveis.
A acupuntura auricular é uma técnica barata e eficaz no tratamento de inúmeras doenças. O tratamento multidisciplinar da Depressão Maior pode ser potencializado amplamente pela acupuntura auricular. Nas conchas auriculares podem ser encontrados os pontos de todos os órgãos e vísceras do corpo humano, o que faz dessas áreas uma nobre ferramenta para o acupunturista no tratamento de qualquer desarmonia de saúde. Diante desse conhecimento, torna-se cada vez mais claro o mecanismo de ação da acupuntura auricular.
Figura 1.
Figura 2.
Fonte:
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3537743/
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23304215
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